domingo, 19 de junho de 2011

MINHA EXPERIÊNCIA INTIMA COM MINHA ALMA E O CRIADOR.


Confesso...apesar de ter uma fé inabalável no Amor de Deus e suas manifestações em nossas vidas, devo admitir que não sou uma entusiasta frequentadora de muitas missas, vou esporadicamente, quando sinto necessidade ou por uma sutil "pressão" de meu pai (extremamente católico, que considera as idas às missas quase uma indulgência total). Porém, hoje, domingo, 19/06/2011, resolvi ir à missa por livre e espontânea vontade. Pois bem, ao chegar, ainda com a igreja que é enorme, já lotada, avistei um lugar ao lado de uma moça bem no centro do local,  Deus pegou em minhas mãos e me guiou discretamente pelos corredores ao local avistado, por curiosidade, fez com que eu sentasse bem aos pés a uma imensa estátua de Jesus Cristo crucificado. Bem, como eu não acredito em simples acasos, ou como dizia Einstein: "Deus não joga dados", acredito que de fato o meu lugar era por direito e escolha Divina ali mesmo...aos pés do Pai.
O Crucifixo inspirava imponência sim, mas em um curioso contraste com a humildade e a indescritível bondade que aqueles olhos, aquelas mãos chagadas, os pés perfurados, o sangue escorrendo, o rosto magro e quase desfigurado...tudo isso  me fascinou como em poucas vezes fui tocada. 
Sou uma pessoa que procuro também manter meu lado racional bem equilibrado e atento, mas algo dentro de mim foi tocado profundamente, a impressão que tive foi que estávamos somente eu e aquela imagem ali naquele local, sei que é APENAS uma imagem, feito de material nada divino e esculpido por simples mãos humanas, mas para alem da imagem, o Cristo ali simbolizado parecia querer dizer algo a mim, por mais que por algum estranho motivo, eu tentava, as vezes desviar o olhar do fascínio que aquela imagem provocava em meu coração e prendia meus olhar.
Pois bem, ali diante do Cristo sacrificado, senti uma sensação de leveza, como em raras vezes senti, uma sensação bem gostosa que atingia o coração e a o espirito...Me senti então, amparada como FILHA, e me senti tão confortável neste papel que desejei que essa sensação perdurasse o máximo de tempo possível...
Ouvi atenciosamente as leituras, os salmistas, hinos, o evangelho (por sinal, elogiável por ser bem sucinto e claro) e toda a liturgia...gostei mesmo da forma simples com que o padre visitante: Lindomar, conduziu toda a explicação, realmente inspiradora sem ser piegas. Porém, em especial, uma passagem em seus comentários me marcou demais, fixando-se em minha mente e me fazendo refletir...segundo ele, a CULPA simplesmente...não existe! isso mesmo, a culpa, os julgamentos maldosos, o peso que carregamos pelas nossas fraquezas...tudo isso Deus simplesmente ja perdoou, ou na pior das hipóteses não leva muito a sério, como se fossemos crianças ingênuas, ainda mergulhadas em nossa ignorância,  que erram sem ter a intenção de fazer o mal em sua máxima expressão, ou seja, se os seres humanos erram é por que são fracos, cheios de falhas, de incompletudes....e dessa forma, Deus, como Pai bondoso e sempre disposto a relevar os erros dos pobres humanos, perdoa....Como se não bastasse, o Padre foi ainda mais além: segundo o próprio, essa fé na Misericórdia e no Amor Divino, alem de trazer o perdão e a paz de espirito, ainda nos mantem de corações limpos, salvos, libertos! Porem, tudo isso com uma unica condição, tão simples de se praticar, quanto fácil de entender: a condição é CRER na bondade de Deus e na sua misericórdia INFINITA E INCONDICIONAL...em ultima análise: a culpa e todas as suas vertentes que servem como um enorme peso nas frágeis costas humanas não passa de invenção humana no sentido de aterrorizar a própria Raça Humana...essas palavras ficaram docemente e extremamente marcadas em minha mente...
Em determinado momento dessa fala, olhei com humildade e gratidão para o crucifixo que ali estava na minha frente e (sei que parece surreal ou fantasioso, como tudo é relativo, tambem não tenho tanta certeza) mas aqueles profundos olhos da estátua também pareciam corresponder os meus...fiquei feliz, senti uma paz interior grande e segura, uma paz que gostaria que todos aqueles que sofrem ou não pudessem sentir pelo menos uma vez durante toda uma vida...
Enfim, tal figura tão frágil, tão humana, transmitia tamanha proteção...senti em seus profundos olhos sofridos um Amor Paterno, isso!! o nome correto: AMOR PATERNO E INCONDICIONAL!! é de fato, uma experiência peculiar, unica, mágica...
Ainda mais além, ouso afirmar, na verdade havia algo (que não classifico como "voz" ou algo afim) que me indicava o caminho...a estrada de "como assim a si mesmo" e essa estrada, acredito eu, no meu medíocre entender, chama-se HUMILDADE.
Eu, fraca, cheia de defeitos e falhas, com a necessidade latente que muitos tem, de aceitação, ali fascinada aos pés do Cristo com sua atmosfera paterna e condescendente, me senti feliz e aceita pelo que sou, sem julgamentos...com todas as fragilidades que carrego, não quis negar minhas fraquezas, pelo contrário, supreendentemente as aceitei de forma serena e feliz, e simbolicamente as colouqei delicadamente nas mãos chagadas do Senhor Jesus.
E assim, praticando a aceitação plena de mim mesma, me senti, paradoxalmente, fortalecida, e extremamente...extremamente...feliz!!!! 

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